sexta-feira, 20 de maio de 2011

O ESPÍRITA FRENTE À DOR




Não prestamos muita atenção nas coisas que acontecem na nossa vida. Somos ainda muito mais reação do que ação. Não estamos habituados a parar, para tentar compreender o real significado das ocorrências.
Por exemplo, a fala e a escrita são os meios mais eficazes para nos comunicarmos e para definir uma postura pessoal e coletiva frente às situações que se apresentam a cada novo momento; no entanto, usamos as palavras sem conhecer seu real sentido e conteúdo, consequentemente, entendemos tudo errado, e sofremos as conseqüências disso....
Nosso assunto é dor, sofrer, sofrimento e, embora possam se interpenetrar ou significar situações e sensações parecidas contém aspectos que as diferenciam, totalmente. Para começar vamos estudar o significado de cada uma das palavras:
Dor s.f (Do lat. dolor.) 1. Sofrimento físico ou moral; aflição, mágoa; dó. - 2. Sensação penosa desagradável causada por contusão, lesão ou estado anômalo do organismo ou parte dele. - 3.Angústia, amargura. - 4. Expressão do sofrimento. - 5. Luto...
Sofrer s.f (Do lat. sufferre.) (Conj. [5] 1. Ser afligido por; padecer. - 2. Suportar, tolerar. - 3. Admitir, permitir, consentir. - 4. Ser vítima de, passar por (algo danoso ou desagradável. - 5. P. ext. Experimentar, passar por...
Sofrimento s.m. 1. Dor física ou moral; padecimento, amargura, angústia, aflição. - 2. Desgraça, desastre, infortúnio. - 3. Paciência, resignação.
Para exemplificar: a dor física pode dar origem à sensação de sofrer; mas, uma não é a outra; embora possam confundir-se. No primeiro impacto de um acidente, por exemplo, nem sentimos dor, ela surge algum tempo depois, quando paramos para pensar e interpretar o ocorrido. Essa dor física, pode ser transformada em sofrer, isso, vai depender da interpretação... Imagine, uma situação comum: um trabalhador descuidado sofre um acidente de trabalho e tem um dedo decepado, na hora, nada sente; mas, logo a seguir, alguém diz: fulano você perdeu um dedo! Pronto, é o suficiente para desencadear um sofrimento atroz; ou não, depende do grau de valorização que o trabalhador dá ao seu trabalho; ou ao seu dedo, para uns, é o fim do mundo, já para outros, pode ser o passaporte para receber do Governo ou Sociedade sem trabalhar. Portanto: para uns, dói mais; para outros, dói menos; ás vezes durante um tempo até felicita...
A diferença fisiológica é que dor física pode ser bloqueada com analgésicos e a sensação de sofrer ou dor moral, não; só passa com o uso da inteligência seguida da atitude de reparação...
A dor interpretada é que fabrica a sensação de sofrer, podemos afirmar que o culto ao sofrer é uma invenção humana, e que, sofrer é um estado de sentir-se e de aceitar ou experimentar.
Só o ser humano pode escolher como sentir-se...
(Essa não é uma frase de efeito, escreva isso em todos os lugares que possa ver; pois isso, pode determinar tua qualidade de vida)
Portanto, apenas o ser humano pode sofrer; ou deixar de sofrer
Escolher entre alegria e tristeza, sofrimento ou felicidade).
Outra dedução é que, a sensação de sofrer ou o sofrimento é outro paradoxo transformado em paradigma pela cultura.
A rigor pode-se afirmar que o ser humano é o único animal do planeta capaz de sofrer, de registrar essa sensação, de aumentá-la ou diminuí-la, e até, de livrar-se dela por vontade própria. Os outros animais sentem a dor, mas não sofrem com ela nem por ela, muito menos pela dor alheia...

Então, sofrer é bom ou ruim? É sinal de atraso ou de evolução? - Depende...
É bom que se diga: passamos quase toda a existência tentando nos livrar dessa sensação. Mas; por outro lado, gostamos tanto dessa nossa criação, que ela nos acompanha em quase todos os momentos da nossa vida. Ela está tão incorporada em nós e, na nossa cultura que, desde muito pequenos, aprendemos a cultivar o sofrer com nossos pais e educadores. As pessoas até competem para ver quem sofre mais, qual o sofrer é maior. Nossas sensações de sofrimento passam até, a ser motivo de orgulho; o sofredor compulsivo estimulado por algumas religiões, acha-se um “herói” que vai para o céu através do sofrimento. Pode parecer piada, mas não é, grande parte das pessoas sofrem de neurose compulsiva pelo sofrimento. Somos um pouco masoquistas, alimentamos a sensação de sofrer. Quem duvidar desse fato, que, freqüente salas de espera de hospitais, pronto-socorros, consultórios para ouvir o tema das conversas das pessoas enquanto aguardam ser atendidos...

Por que escrever sobre o sofrer?
Como quase todas as pessoas que conheci, durante toda vida muito sofri e muito fiz sofrer. Conjuguei o verbo sofrer em todos os seus tempos: passado, presente, futuro, condicional...
Sofri por coisas concretas e também por coisas que apenas imaginei. Sofri por mim mesmo e por outras pessoas. Desde muito pequeno, muitas e muitas vezes, parei para pensar no sofrimento. Mas, confesso, só nos momentos em que sofria... Nessa hora, prometia a mim mesmo que, resolvida aquela situação nunca mais iria sofrer. E conseguia, por alguns minutos, horas, ou dias. Mas, breve a sensação de sofrer retornava.
Ao longo da minha sofrida vida, fui colecionando explicações: filosóficas, literárias, científicas, religiosas, populares. Confesso que, algumas delas preencheram os requisitos de entendimento, consolo e resolução. E até o trabalho me ajudou, pois como todo sofredor eu queria tanto acabar com ele, que me persegue, que a
nossa briga, eu versus o sofrer acabou na escolha da medicina, cuja base de sustentação ainda é o sofrer humano (um paradoxo). Atuar como médico me põe cara a cara com esse inimigo, o sofrer, o tempo todo. Mas, como diz o ditado popular “Deus escreve certo por linhas tortas” nosso convívio diário facilitou-me estudar e compreender um pouco mais, esse inimigo: o sofrer. Ao questioná-lo, foi possível vê-lo e sentí-lo com outros olhos, pois a medicina por estudar o sofrimento dos outros sem um envolvimento emocional marcante, pode proporcionar uma visão mais clara das origens do sofrer e, como atenuar ou resolver o problema; para quem estiver disposto a fazê-lo, é claro! Reciclei minha forma de encará-lo: penso hoje, que ele não é nem bom nem mau, apenas: necessário.

Qual a nossa intenção?
Tentar colocar o sofrimento no seu devido lugar. Nem mais nem menos, e contribuir para que nos capacitemos a transformar um inimigo num aliado, num professor, pois aprender com tudo e com todos é um dos motivos do existir. O sofrimento pode ser um mestre na arte de viver como um humano, pois podemos usá-lo para fugir dele mesmo.
Na verdade o título do livro deveria ser: “A inutilidade do sofrimento para um verdadeiro ser humano”.

Muita paz

domingo, 15 de maio de 2011

A EDUCAÇÃO É UM PROBLEMA POLÍTICO OU VICE VERSA?




A contínua repetição de atitudes e de situações cria paradigmas e associações no subconsciente das pessoas; difíceis de serem modificadas num curto prazo. Isso é lógico, pois nosso costumeiro padrão de atitudes cria uma imagem que se torna nossa marca pessoal. E, olha que, a reconstrução de uma imagem, de uma marca íntima ou mesmo a de um grupo, uma classe ou empresa, é demorada, sofrida. Não bastam novas intenções e desejos; pois, como se diz no popular: “de boas intenções o tal de inferno está cheio...”; para mudar uma imagem que se fixa, é preciso, o concurso da inteligência, do tempo e de um novo padrão de atitudes, que seja marcante, muito forte e repetitivo, intermitente; mesmo que nos custe o existir.

Não só na aplicação da justiça e na política.

Mas em tudo, o que as pessoas mais fazem, sempre, é julgar os outros, sem olhar para si.
E, o que é pior: os julgamentos que fazemos dos outros, não se seguem de atitudes de mudança do julgador por opção íntima.

Quando o fazemos: nossas reformas do padrão de pensar/sentir/agir são executadas sob pressão e, isso, representa um perigo para a sanidade de todos.
Para comprovar basta ler os noticiários dos políticos pegos de calças curtas nas sacanagens das CPIS de anões, correios, mensalões, sanguessugas, estádios da copa do mundo e centenas de outras da velha e da nova república; quando passam de julgadores a réus; em poucas horas, dias, meses, séculos.

Será que os políticos são sempre farinha do mesmo saco?

Para que nos libertemos disso, da atitude de apenas julgar as pessoas, governos, grupos ou empresas, é preciso reprogramar nosso subconsciente através do conhecimento, da inteligência e do trabalho, além da justiça e do amor; pois sem ele não há justiça, apenas retaliação e corrupção.

É preciso aprender a dividir os direitos e as responsabilidades; e deixar de lado as mordomias e os privilégios de servir ao público.

Rotular os outros, disso ou daquilo, crucificá-los, é muito fácil, a recíproca: fazer isso com nós mesmos; não é para qualquer um; para isso, é preciso ser forte e decidido.

Rouba; mas faz...

É fácil dizer que os políticos são aproveitadores ou ladrões.

No Brasil, geração após geração, a repetição de fatos públicos ligados a decisões políticas criou uma perigosa deturpação: a confusão entre a arte da política e a politicagem ou a safadeza dos donos dos currais eleitorais que comandam o rebanho dos ignorantes necessitados de privilégios.

São coisas de identidade bem diferenciadas, que a repetição continuada e; a impunidade transformou numa coisa só.
Poucos muito poucos que militam na área política se esforçam para mudar esse estado de coisas, até porque, sonham, desejam manipular as pessoas para proveito próprio – herança de seus familiares: filho de peixe; peixinho é; como sabiamente diz o povão.

Na cultura política nacional, toda pessoa ligada ao meio é vista pela maioria como falsa e aproveitadora – tal e qual os eleitores que os elegem.

Nosso maior problema como uma nação, não é a miséria, a fome, a violência ou o desemprego do presente. É a criança que cresce e forma sua visão de mundo da política, ouvindo dos pais e dos adultos que, a política é a arte da enganação, da roubalheira.

Essa cultura ou educação política tende a afastar muita gente boa e capaz da política. O que explica em parte a formação das oligarquias dos antigos coronéis sendo perigosamente substituídos por facções religiosas dominando partidos políticos já dominados por aproveitadores que já se iniciam nos antigos combativos Diretórios Acadêmicos – uma caixa preta a ser desvendada (assunto interessante).

Manipuladores x manipulados:

Existe uma face invisível do poder: a classe média constituída por boa parte dos que vivem de manter a turma dos poderosos de carteirinha: apenas para satisfazer seus interesses.

Conforme avisou o Mestre Jesus a respeito do que vai acontecer com os mornos de braços cruzados:

No momento atual, todo juízo é pouco; o arrocho sobre os medianos é um aviso da natureza; pois os mais perigosos para a paz social são os meio-termos, os um pouquinho mais do que os outros, os que se devoram entre si para manter os interesses dos que tentam manipular o poder.
Na sua ânsia de riqueza e de poder ignoram a arte da política como instrumento de progresso, mantendo-a como politicagem.
A atitude, de teimosamente, ignorarmos a vivência política como uma das mais importantes ferramentas de gerenciamento dos interesses pessoais que devem ser compartilhados gerando o interesse coletivo. Além de nos trazer a violência interna, é capaz de nos colocar à mercê da decisão de outros povos, na forma de guerras econômicas, protecionismos.

O Analfabetismo político pode destruir a Nação.

Precisamos acabar com a cultura dos pedintes de favores; como a maioria dos “analfabetos políticos” que na hora de exercer seu direito de escolha elegem como seus legítimos representantes sujeitos parecidos com eles.
Deixam-se influenciar por pesquisas e na hora de votar o fazem; escolhendo os que estão na frente das pesquisas, para logo depois, quando seus interesses mais imediatos são contrariados, criticarem os que elegeram. Para depois até jurar por Deus que não votaram neles.

Na hora de exercer seu direito e dever de escolha votam a troco de belas e vazias palavras, bolas, camisetas, camisinhas, bolsas – famílias, chuteiras, canetas, dentaduras, badulaques, ou promessas de empregos para seus familiares.

A correção é simples: parar para pensar.

Todos nós somos capazes de pensar.
Todos nós temos o direito e a liberdade de observar, refletir e agir.

Portanto:

A falta de iniciação no beabá político é uma gravíssima doença social.

Que pode acabar com as esperanças de um indivíduo, de uma família, de um grupo social, ou até de uma Nação.
É muito triste ver nossos filhos e jovens, crescendo e alimentando a esperança de ter uma vida melhor “lá fora”. Ainda carecemos de identidade como povo e, num mundo que virou quintal de alguns países, isso pode nos levar a perder a autodeterminação e eternos simplórios exportadores de commodities.

Educação política é a solução:

Matéria a ser ensinada do berço; ás Universidades.
Uma pitada de ética seria bem vinda.

Nossos problemas básicos são a falta de instrução e de uma educação baseada em valores éticos de berço.

Vai demorar?
Isso depende apenas de nós, os adultos; da nossa reeducação.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

O VERDADEIRO SIGNIFICADO DE LUTO OFICIAL



Realmente, como candidatos a ser humano, somos criaturas de dar dó pela nossa falta de capacidades no uso do discernimento.

Bandeira a meio pau ou a pau inteiro?
Quem morreu?
Quem foi vítima?
Vítima de quem ou do quê?
Quem determinou que o preto, é símbolo de perda, catástrofe, desastre?

Cá entre nós, nessa Era de luta pela igualdade de ser diferente, usar a cor preta, como representação ou sinônimo de falta de competência emocional e afetiva merece processo penal.

Que algum estudante de Direito possa rebelar-se contra a discriminação.

Namastê.