domingo, 15 de maio de 2011

A EDUCAÇÃO É UM PROBLEMA POLÍTICO OU VICE VERSA?




A contínua repetição de atitudes e de situações cria paradigmas e associações no subconsciente das pessoas; difíceis de serem modificadas num curto prazo. Isso é lógico, pois nosso costumeiro padrão de atitudes cria uma imagem que se torna nossa marca pessoal. E, olha que, a reconstrução de uma imagem, de uma marca íntima ou mesmo a de um grupo, uma classe ou empresa, é demorada, sofrida. Não bastam novas intenções e desejos; pois, como se diz no popular: “de boas intenções o tal de inferno está cheio...”; para mudar uma imagem que se fixa, é preciso, o concurso da inteligência, do tempo e de um novo padrão de atitudes, que seja marcante, muito forte e repetitivo, intermitente; mesmo que nos custe o existir.

Não só na aplicação da justiça e na política.

Mas em tudo, o que as pessoas mais fazem, sempre, é julgar os outros, sem olhar para si.
E, o que é pior: os julgamentos que fazemos dos outros, não se seguem de atitudes de mudança do julgador por opção íntima.

Quando o fazemos: nossas reformas do padrão de pensar/sentir/agir são executadas sob pressão e, isso, representa um perigo para a sanidade de todos.
Para comprovar basta ler os noticiários dos políticos pegos de calças curtas nas sacanagens das CPIS de anões, correios, mensalões, sanguessugas, estádios da copa do mundo e centenas de outras da velha e da nova república; quando passam de julgadores a réus; em poucas horas, dias, meses, séculos.

Será que os políticos são sempre farinha do mesmo saco?

Para que nos libertemos disso, da atitude de apenas julgar as pessoas, governos, grupos ou empresas, é preciso reprogramar nosso subconsciente através do conhecimento, da inteligência e do trabalho, além da justiça e do amor; pois sem ele não há justiça, apenas retaliação e corrupção.

É preciso aprender a dividir os direitos e as responsabilidades; e deixar de lado as mordomias e os privilégios de servir ao público.

Rotular os outros, disso ou daquilo, crucificá-los, é muito fácil, a recíproca: fazer isso com nós mesmos; não é para qualquer um; para isso, é preciso ser forte e decidido.

Rouba; mas faz...

É fácil dizer que os políticos são aproveitadores ou ladrões.

No Brasil, geração após geração, a repetição de fatos públicos ligados a decisões políticas criou uma perigosa deturpação: a confusão entre a arte da política e a politicagem ou a safadeza dos donos dos currais eleitorais que comandam o rebanho dos ignorantes necessitados de privilégios.

São coisas de identidade bem diferenciadas, que a repetição continuada e; a impunidade transformou numa coisa só.
Poucos muito poucos que militam na área política se esforçam para mudar esse estado de coisas, até porque, sonham, desejam manipular as pessoas para proveito próprio – herança de seus familiares: filho de peixe; peixinho é; como sabiamente diz o povão.

Na cultura política nacional, toda pessoa ligada ao meio é vista pela maioria como falsa e aproveitadora – tal e qual os eleitores que os elegem.

Nosso maior problema como uma nação, não é a miséria, a fome, a violência ou o desemprego do presente. É a criança que cresce e forma sua visão de mundo da política, ouvindo dos pais e dos adultos que, a política é a arte da enganação, da roubalheira.

Essa cultura ou educação política tende a afastar muita gente boa e capaz da política. O que explica em parte a formação das oligarquias dos antigos coronéis sendo perigosamente substituídos por facções religiosas dominando partidos políticos já dominados por aproveitadores que já se iniciam nos antigos combativos Diretórios Acadêmicos – uma caixa preta a ser desvendada (assunto interessante).

Manipuladores x manipulados:

Existe uma face invisível do poder: a classe média constituída por boa parte dos que vivem de manter a turma dos poderosos de carteirinha: apenas para satisfazer seus interesses.

Conforme avisou o Mestre Jesus a respeito do que vai acontecer com os mornos de braços cruzados:

No momento atual, todo juízo é pouco; o arrocho sobre os medianos é um aviso da natureza; pois os mais perigosos para a paz social são os meio-termos, os um pouquinho mais do que os outros, os que se devoram entre si para manter os interesses dos que tentam manipular o poder.
Na sua ânsia de riqueza e de poder ignoram a arte da política como instrumento de progresso, mantendo-a como politicagem.
A atitude, de teimosamente, ignorarmos a vivência política como uma das mais importantes ferramentas de gerenciamento dos interesses pessoais que devem ser compartilhados gerando o interesse coletivo. Além de nos trazer a violência interna, é capaz de nos colocar à mercê da decisão de outros povos, na forma de guerras econômicas, protecionismos.

O Analfabetismo político pode destruir a Nação.

Precisamos acabar com a cultura dos pedintes de favores; como a maioria dos “analfabetos políticos” que na hora de exercer seu direito de escolha elegem como seus legítimos representantes sujeitos parecidos com eles.
Deixam-se influenciar por pesquisas e na hora de votar o fazem; escolhendo os que estão na frente das pesquisas, para logo depois, quando seus interesses mais imediatos são contrariados, criticarem os que elegeram. Para depois até jurar por Deus que não votaram neles.

Na hora de exercer seu direito e dever de escolha votam a troco de belas e vazias palavras, bolas, camisetas, camisinhas, bolsas – famílias, chuteiras, canetas, dentaduras, badulaques, ou promessas de empregos para seus familiares.

A correção é simples: parar para pensar.

Todos nós somos capazes de pensar.
Todos nós temos o direito e a liberdade de observar, refletir e agir.

Portanto:

A falta de iniciação no beabá político é uma gravíssima doença social.

Que pode acabar com as esperanças de um indivíduo, de uma família, de um grupo social, ou até de uma Nação.
É muito triste ver nossos filhos e jovens, crescendo e alimentando a esperança de ter uma vida melhor “lá fora”. Ainda carecemos de identidade como povo e, num mundo que virou quintal de alguns países, isso pode nos levar a perder a autodeterminação e eternos simplórios exportadores de commodities.

Educação política é a solução:

Matéria a ser ensinada do berço; ás Universidades.
Uma pitada de ética seria bem vinda.

Nossos problemas básicos são a falta de instrução e de uma educação baseada em valores éticos de berço.

Vai demorar?
Isso depende apenas de nós, os adultos; da nossa reeducação.

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