domingo, 13 de dezembro de 2009

BEM VINDOS ECOCHATOS

BEM VINDOS OS ECOCHATOS DE TODOS OS RECANTOS DO PLANETA E ADJACÊNCIAS

Nesta epopéia de nos transformarmos em seres humanos – a maioria, ainda é arremedo de ser humano; humanóide – meio parecido com gado vacum; em direção ao abate.
Para tudo sempre há um prazo; lógico.
Dia menos dia, todos nós receberemos a visita da morte em 3D; isso é inevitável – Sejamos bons ou maus, ecochatos ou predadores da natureza e da vida; cedo ou tarde; no momento previsto ao antecipado ninguém deixará de ir para 4D onde se localiza o tribunal da vida: A consciência de ter realmente feito o possível para o momento.
Não vivemos mais na pré-história nem na idade medieval; estamos na era pós-moderna com suas cobranças íntimas e coletivas.

Diferenciar-se da maioria têm seu preço conforme nos relatam os jovens que foram objeto da reportagem. Convenhamos que, é um ônus bem barato se comparado com o que eram obrigados a pagar os antigos “chatos que contrariavam o bem estar da maioria”.
Vejamos:

Na COP-15, ativistas lutam contra o rótulo de "ecochatos"
13 de dezembro de 2009 • 11h31
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A empolgação do ativista belga Bertrand Dermine vai aumentando com o início da marcha
13 de dezembro de 2009
Foto: Lúcia Müzell Jardim/Especial para Terra

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LÚCIA MÜZELL
Direto de Copenhague
Não há frio, não há fome, não há perigo que os afaste da bandeira verde de Copenhague. Peças fundamentais na pressão por um acordo global de combate às mudanças climáticas, os ativistas ambientais já foram associados a extremistas, a baderneiros, a sonhadores. Hoje, com o mundo se convencendo de que o aquecimento global é um problema real, a postura dos militantes pelo meio ambiente também é outra - e eles lutam para se livrar do rótulo de "ecochatos".
Para compreender que postura é essa, o Terra acompanhou uma dupla de jovens ecologistas na WWF International naquela que foi a passeata em defesa do meio ambiente mais importante dos últimos anos, neste sábado nas ruas de Copenhague. Entre a preparação, a apoteose e os confrontos com a polícia, os dois amigos só tinham em mente uma coisa: mostrar ao mundo que é preciso agir agora se não quisermos acabar com o planeta.
A marcha do belga Bertrand Dermine e do italiano Eduardo Quanta, aliás, começou 26 horas antes, na Bélgica, onde eles moram. Junto com diversas ONGs, eles embarcaram em Bruxelas no "Climate Express", um trem que transportou cerca 850 ambientalistas da França, Bélgica e Alemanha para a capital dinamarquesa com o único objetivo de participar da manifestação.
Quatorze horas e muita festa no vagão depois, eles chegaram ao destino no meio da madrugada - mas bem que torciam para ter passado algum tempo a mais no vagão, já que nenhuma cama quentinha os aguardava em Copenhague. Da estação do trem, Bertrand e Eduardo foram direto para o chão de uma escola na periferia da cidade. Dormiram enfim, mas apenas até as 9h, porque o grande dia tinha pressa de começar. Foi a partir daí que nos juntamos a eles.
"O sistema de aquecimento da escola funciona perfeitamente, estava ótimo. Conseguimos até colchonetes", relatou Eduardo, motivadíssimo na manhã seguinte. A ansiedade da dupla saltava aos olhos, misturada com a emoção de estar participando de um momento que eles julgam histórico.
Não tarda para começarem a despejar os bordões ecológicos: "viemos sensibilizar as pessoas porque senão este planeta vai simplesmente desaparecer", "as mudanças tem de partir de nós mesmos", "não podemos mais esperar, o aquecimento global precisa parar já", "juntos faremos a diferença", etc, ect. Apesar da pouca idade - Bertrand tem 24 anos e Eduardo, 19 -, os dois parecem já ter incorporado na alma os princípios verdes que defendem.
A prova? Pergunte a Bertrand se ele come carne e veja o constrangimento. "Tento evitar ao máximo. Como uma vez a cada dez dias, porque sabemos que a produção de carne polui incrivelmente. Mas não posso negar que sou louco por um filé".
E assim, por adoção voluntária e não sem esforço, eles vão relatando o quanto ser ecologicamente correto pode ser penoso, mas ao mesmo tempo cheio de gratificações. Não usam jamais carro - "no máximo, carona" -, evitam ônibus e trens, plantam as verduras que consomem, e até dividem a água da banheira na hora do banho. Para vir a Copenhague, sequer cogitaram o avião, que apesar de mais barato e cinco vezes mais rápido, polui 25% mais. "Se todo mundo ficar pensando que preservar o ambiente é bom se for feito pelos outros, nunca teremos resultados. Se a gente pode, todos também podem fazer esforços", argumenta o italiano.
Mas para chegar a este estágio de engajamento, antes os jovens tiveram de se privar de outras coisas ainda mais importantes: a família e os amigos. "O afastamento acabou sendo natural. Eles não entendem por que eu faço certas opções e me acham radical", conta Bertrand. "Meu pai sonhava em ter como herdeiro um diretor financeiro de empresa, e ainda não se conformou com a hipótese de o filho ser alguém que está 'apenas' ajudando a salvar o planeta".
Em busca de uma nova imagem não-violenta
O encontro dos militantes em frente ao stand da WWF no centro de Copenhague está marcado para as 12h30. Os dois, é claro, chegam antes e já colocam a mão na massa. A adrenalina começa. "É sempre excitante", comenta Bertrand, enquanto ajuda a preparar cartazes e banners para a manifestação, junto com mais cerca de 50 integrantes da WWF belga.
Com o material em punho e os gritos de guerra na ponta língua, rumo ao Parlamento dinamarquês, ponto de encontro dos no mínimo 30 mil manifestantes que participariam da marcha de seis quilômetros até o Bella Center, onde acontece a Conferência do Clima da ONU. Na medida em que nos aproximamos do local e encontramos outros ativistas, as bocas congeladas pela temperatura de -2°C se alargam em sorrisos com cada vez mais energia. "É impossível não gostar disso, de toda essa gente reunida por uma missão tão bonita", filosofa Bertrand, levantando sem luvas ou reclamações, o lado direito de um pesado banner da organização, o abre-alas da WWF, medindo cerca de cinco metros de comprimento. Ao lado dele, seis ativistas fantasiados de pandas - o animal símbolo da entidade - ajudam a animar os manifestantes e a atrair as câmeras dos fotógrafos.
A caminhada começa, os gritos se intensificam. Entre um "Amamos a terra, salvemos o planeta" e outro "Seja orgulhoso, salve a humanidade", Bertrand e Eduardo explicam que há pelo menos cinco anos as ONGs ambientais tentam se desvincular da imagem de ativismo violento e radical com que ficaram conhecidas no início do movimento ecologista. Desde então, preferem as marchas aos protestos, o humor à agressividade.
Mas não se passam cinco minutos disso quando bombas caseiras começam a explodir logo atrás do grupo dos pandas. "Voilà a surpresa de sempre!", lamenta Eduardo. Sirenes de polícia, tumulto, correria. Um grupo de punks, anarquistas e militantes de extrema-esquerda, todos tão ou mais jovens que os nossos ativistas, parecem aproveitar a manifestação ecológica para reivindicar outras causas, como a liberdade de expressão, o fim dos bancos, a revolução. Na correria, os ecologistas são empurrados contra os imóveis, enquanto a polícia tenta prender os responsáveis pela confusão. Vestidos inteiramente de preto, com capuzes e cobrindo os rostos, os chamados "black blocks" (blocos negros) vem se tornando indesejados penetras de manifestações. Já deram o ar da graça em um encontro da Otan na França, já perturbaram o último encontro da Organização Mundial do Comércio na Suíça. Desta vez, mancharam a imagem dos ativistas ambientais.
"Eles se combinam pela internet e vão se infiltrando, dispersos. Até que alguém dá o comando e eles começam a confusão", diz o belga. "E amanhã, lá estará de novo nos jornais que os ecologistas provocaram tumulto. É uma pena".
Diga-me com quem andas...
Para escapar da prisão, uma dezena de membros do black block tira os disfarces, se dispersa e tenta se misturar aos ativistas da WWF.
Adolescentes, estão visivelmente assustados, tanto quanto o pessoal da ONG que a contragosto o recebia. Mas o coordenador da WWF belga, Damien Vincent, não perde tempo: ordena que o grupo todo recolha os banners, apresse o passo e deixe os militantes políticos o mais para trás possível. Associar a imagem da ONG a estes grupos, sobretudo nas fotos que aparecerão na imprensa, está fora de questão.
Acabamos logo atrás da organização Não ao Nuclear, que defende o fim das energias nucleares. A partir de então, os cerca de cinco quilômetros restantes de caminhada seguem tranquilos. Passado o medo, pouco a pouco Bertrand e Eduardo recomeçam as frases de efeito e voltam a sorrir. Colocam duas bolachas integrais na boca, Eduardo belisca uma maçã.
São 17h passadas quando enfim atingimos o destino. Recusando-se a aceitar o cansaço, eles já preparam a festa da noite, a "festa das ONGs", tradicional nos eventos mundiais de meio ambiente. Pouco importa se o merecido descanso será de novo no piso da escola, se não almoçaram, se o frio aperta ou se o trem de retorno no dia seguinte parte no início da tarde. Para Bertrand e Eduardo, que trabalham sete dias por semana sensibilizando pessoas, essa nada mais é do que mais uma parte da missão - que, garantem, vai ser cumprida até o fim. Semana que vem, tem mais.
Os jovens devem ficar tranqüilos; pois mais perigosos para a humanidade são os “black block” adultos e vacinados (cheios de mordomias) que virão entre os políticos que vão tentar manter uma postura de estadistas; - e outros que vão querer se eleger (época de eleições no mundo inteiro) pegando carona nos ecochatos.

Ser ecochato é uma opção que vai render muito no fuuro – embora; hoje custe os olhos da cara de ser visto como um quase imbecil...

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