Difícil saber o que o azulado poeta Vinicius de Morais quis dizer com: “que me perdoem as feias; pois beleza é fundamental”. Certamente na “relativa pureza” da sua época não havia as armadilhas da beleza artificial como na atualidade – no caso da beleza feminina: peitos eram peitos e não plástico mole; sujeitos a vazar ou explodir ao menor apertão; bundas arrebitadas eram arrebitadas mesmo e não enchimentos; narizes e traços bem delineados era efeito de DNA e não de cirurgias que esculpem e (d)esculpem – os acessórios eram mais ou menos naturais.
Quando o “bom vivente” Vinicius ia transar não ficava preocupado de ficar com uma peruca na mão; um peito; algumas unhas; uma orelha; se ouvia na hora do amasso um fiúuu – era peido mesmo; e não um peito ou uma bunda vazando – naquela época: quase que, apenas olhos nos olhos e energia de sintonia ou tesão para os íntimos.
Não!
Ele não era um Don Juan; muito menos um devasso!
Era e continua sendo um ser amoroso do seu peculiar jeito azul de ser. Ele era e continua a ser: um bom filho, pai, marido, amigo, amante, escritor poeta; apenas foi um ser diferenciado na maneira de perceber a vida; se posicionar na maior dificuldade que assola o espírito índigo: inteligência a mil - emoções e afetividade a prá lá de meia boca.
Claro que, lá de vez em quando, teve suas escorregadelas e conseqüentes brochadas; mas, na maioria das vezes por ir muito fundo na sua pesquisa da arte da poesia e manguaçar demais, dormir pouco ou fumar muito; jamais pela falta de beleza da companheira (nem sempre física) – Viagra? Apetrechos de sex shop? - Nem em sonho; ele é um naturalista – no máximo uns ovinhos de codorna de vez em quando; uma garrafada com catuaba; nó de cachorro e outros bichos; apenas prá manter a acesa a chama do bicho de pé.
Acompanhei sua carreira com ímpeto juvenil; ele foi junto com outros da minha época (Henfil e toda turma do Pasquim; todos da MPB da época do quem sabe faz a hora não espera acontecer) de sonhos de mudar o mundo com tesão de viver a beleza ao natural.
Sou um cara pouco merecedor de presentes da vida; pois convivi com alguns de meus ídolos, apenas, por frações de minutos (conheci pessoalmente Chico Xavier na saída de um banheiro de estrada, no posto Castelo da cidade de São Carlos, numa de minhas viagens; com Vinícius e Toquinho pude conviver algumas horas na minha “república” antes de suas apresentações em nossa faculdade de medicina).
Que idéia eu retive dele e de sua obra?
Nem santo; nem anjo nem demônio – apenas uma criatura tão simples como eu e você a precisar ser aceita e amada – mesmo sem ter aprendido a amar; como seria possível.
De volta ele breve estará retratando o conceito de beleza de forma mais natural.
Sei lá o que essa eterna criança vai colocar ou já está colocando (fofocas do além – cuidado ele pode estar seu musical filho que aprende musica de orelhada cósmica); mas, acredito que sejam conceitos do tipo: beleza inteligente – pura sintonia – amor incondicional sem pieguices religiosas.
Mas, como ele ainda mantêm, como todos nós algumas características do ontem – ele manda um recado:
BELEZA NÃO TEM SEXO – É APENAS TESÃO ESPIRITUAL...
Daí, não o leve a programas de TV para ser exibido como gênio ou curiosidade.
Como saber se é ele?
Logo que aprender a falar vai dizer que beleza é fundamental!
domingo, 11 de abril de 2010
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