domingo, 16 de maio de 2010

A LEI SÓ VALE PARA OS OUTROS

Desde imemoriáveis tempos nunca fomos muito chegados na verdade pura e simples; apenas tentamos disfarçar nossas verdadeiras intenções através das desculpas e justificativas. Afinal, o tradicional treinamento estilo “totó” que fazemos com as crianças geração após geração; ainda mantêm seus quatro pilares básicos: medo; mentira; suborno; chantagem. Sem dúvida que isso nos torna seres ora corruptos ora corruptores.
Quando dizemos corrupção não queremos simplesmente falar a respeito de tráfico de influência ou propina. Claro que salta aos olhos e dói no bolso dos contribuintes a corrupção no trato com o dinheiro e as coisas públicas – mas, a base da corrupção é aprendida nos lares – o problema é coletivo e treinamento de dia a dia. Exemplo, a tradicional vovó coruja que ás vezes suborna; ás vezes corrompe; os netos com comidinhas e guloseimas - a desculpa é agradar, amar – a verdade é, suborno afetivo para enfrentar a concorrência que mora do outro lado da família; numa intensa disputa para ver quem ama mais; ou detém mais poder sobre o totó.
Mas, esse é um jogo que nem sempre termina bem; nossa vida é uma farsa contínua; e o perigo é cada vez maior; pois as crianças de hoje, aprendem rapidamente esse jogo sem vencedores; e passam a manipular todos os adultos em torno - Mãe você é uma chata; aqui em casa nada pode! – Vou morar com minha vó; lá eu posso fazer tudo que eu quero! – Aqui eu tenho que comer essas porcarias; prá poder ir brincar; lá ela só faz o que eu gosto! – No teatro da vida predomina a farsa e os farsantes mirins da atualidade são excepcionais atores.

Algumas pessoas já nos disseram que uso demais a comida como analogia para ilustrar recursos pedagógicos – mas, que recurso pedagógico mais intenso e constante em nossas vidas?

Não adianta vir com essa estória de eu não sabia! Eu pensei que!
Na pedagogia cósmica; nenhum aluno terá desculpa que não sabia; que não teve recursos para aprender a ler os fatos da vida – na escola Gaia só não aprende quem não quer.
Muita ou pouca informação tanto pode ajudar como atrapalhar.
Conhecimento e informação, é como a comida: por mais deliciosa e nutritiva que seja; se extrapolarmos vai nos fazer muito mal; não vamos conseguir digeri-la; no caso do conhecimento, não vamos conseguir colocá-lo em prática; e isso, vai dar uma dor de cabeça estelar na consciência; que alguns chamam de enxaqueca infernal com mil diabinhos te cutucando as artérias da cabeça.

Na tentativa de enganar as leis da vida; na qualidade de bons farsantes bancamos os três macaquinhos: não quero ver; não quero falar; não quero ouvir – tentamos fugir de alguns conhecimentos; pois, é inegável que apesar da anestesia das desculpas e justificativas eles trazem consigo a chata da dona responsabilidade, mãe da chata da ética (é mal de família).

Mesmo os que já estão quase zen; quando o bicho pega pro seu lado, aze(n)dam.
Ficamos irritados o tempo todo com tanta farsa; da noticiada á vivida no dia a dia.

Qual será a origem desse distúrbio ético?

Dentre outras coisas:

Na formação dos hábitos alimentares das crianças o discurso deve combinar com as atitudes

Faça o que digo; mas não o que eu faço...

Volta e meia, eu me deparo no consultório com pais que comem guloseimas o tempo todo e discursam para as crianças que esse hábito é nocivo – alguns até confessam que comem escondido. Ainda faz parte de nossa herança cultural pensar uma coisa, dizer outra; e ter uma atitude que não condiz nem com o pensado nem com o discurso.
No caso dos hábitos alimentares é comum que os adultos peçam as crianças comerem alimentos que “fazem bem á saúde”, “fazem crescer, ficar inteligente e forte”; mas que eles mesmos nunca comeram nem puseram na boca.

Nada de construtivismos nem destrutivismos:
A educação exige medidas simples, constantes e fortes; nada de meio termo; nem de abertura de exceções – a isso, podemos dar o nome de disciplina (nada a ver com prepotência nem mandonismos).

Na condição de adultos, nós perdemos a credibilidade de forma muito rápida; junto ás crianças. Caso não estejamos sempre vigilantes; nós nos portamos de forma mais infantil do que as crianças; mesmo no altar da prepotência: Eu sei o que estou dizendo!
Quem, mesmo que tardiamente, espremido pela doença, já descobriu a importância da mudança de hábitos alimentares para viver mais e com saúde; deve ajudar as crianças a criar melhores através do exemplo; para então, só depois, bem depois, chegar com as palavras. É necessário que a tentativa do adulto em reformar seus hábitos seja percebida pela criança antes de começar o discurso – elas são crianças modelo novo e percebem com facilidade como é sofrida a reciclagem dos hábitos tão repetidos.

Na dúvida se somos ou não capazes de honrar nossa fala, a melhor política educacional é calar.
Tentar fazer, praticar para depois discursar.
Quer perder o restinho de credibilidade que você tem; junto ás crianças?
Coloque-se na situação de vítima da vida: - Não quero que você seja como eu! – Não consigo parar! – E outras pérolas de insensatez.

Quer mudar as regras da casa?
Consulte todos os interessados.
Mas, não esqueça: a lei vale para todos.
Chega de farsa...

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